Com paciência, temos assistido à desconstrução de que o prazer feminino é algo secundário ou menos importante, ou ainda de que não é possível obter prazer sozinha. Nada disso! Nesse processo de emancipação sexual feminina, no qual todas as formas de prazer são, não somente bem-vindas, como fundamentais, o vibrador tem atuado com certo protagonismo por seus diversos benefícios. Não aqueles com formatos anatômicos e referências ao órgão sexual masculino, mas sim aqueles moderninhos, discretos, coloridinhos, toque aveludado, silicone cirúrgico que cabem na bolsa e em qualquer ocasião!
Apesar de toda modernidade, contam que os vibradores têm suas origens no Egito Antigo. Segundo as lendas, ninguém mais, ninguém menos do que a sedutora Cleópatra foi a primeira mulher a ter um vibrador. Muito criativa, ela colocava abelhas em um pequeno frasco e fechava-o. Furiosos e na tentativa de escapar do aprisionamento, os insetos se movimentavam zumbindo e causando uma vibração nas paredes do frasco. Era assim que Cleópatra massageava sua vulva e clitóris e, desta forma, obtinha prazer.
Lendas à parte, a história diz que o primeiro vibrador, o The Manipulator, era a vapor e foi criado em 1869 por George Taylor. À época o aparelho servia como principal tratamento para a histeria, um mal que acometia mulheres e gerava grande instabilidade emocional. Os médicos acreditavam que perturbações no útero e um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro eram a principal causa do quadro histérico. O tratamento para a doença era a massagem na vulva, denominadas massagens pélvicas e desprovidas de teor sexual, até mesmo porquê, nesse período acreditava-se que a mulher só teria prazer com a penetração.
E se a massagem era tratamento mais indicado para a cura da histeria, isso significava que os médicos à época ficavam um tanto quanto cansados já que o quadro era muito comum. Foi então que surgiu o The Manipulator! Um pouquinho mais tarde, por volta de 1880 outro médico chamado Joseh Mortimer Granville criou e patenteou o primeiro vibrador eletromecânico, movido à manivela.
Em 1902 uma empresa norte americana especializada em objetos de cozinha chamada Hamilton Beach criou o primeiro vibrador elétrico. Era muito luxuoso e requintado exibir seu vibrador na estante da sala, pois isso significava que a família era de posses e se preocupava com o bem-estar das mulheres daquela casa.
Até a década de 1920 o vibrador não era um artigo sexual, mas sim um acessório de saúde com fins terapêuticos. Um pouco mais adiante a sociedade viu nascer os filmes pornográficos e a imagem do nosso amigo vibrador passou a ser relacionada somente ao prazer sexual. Foi quando ele deixou as revistas e vitrines de grandes lojas de eletrodomésticos e passou a ser comercializado apenas em sex shop.
Hoje o vemos como um objeto que faz bem à saúde da mulher de forma geral, seja por meio do estímulo ao orgasmo, na descoberta do próprio corpo e dos pontos de prazer, melhorando a circulação sanguínea da região íntima e, se combinado à prática de alguns exercícios auxilia no fortalecimento da musculatura pélvica, evitando até mesmo problemas de saúde como a incontinência urinária.
Pra fechar esse texto cheio de história, recomendamos o filme Histeria!